terça-feira, 23 de abril de 2024

UM "PUZZLE" ONDE AS PEÇAS NÃO ENCAIXAM

 


"Enquanto não souber as linhas com que se coserá na próxima temporada, o Benfica deve ficar quieto, em reflexão, cenarizando respostas às várias hipóteses que se lhe colocam. Três possibilidades estão em cima da mesa: entrada direta na Champions, fundamentalmente através de um triunfo do Leverkusen na Liga Europa;_acesso ao play-off da Champions, caso termine, sem mais, a Liga em segundo lugar; ida à Liga Europa, se ficar abaixo desse patamar. Como dizia o pregão dos vendedores de gelados há um bom par de anos, «cada cor, seu paladar».


Dito isto, há algumas circunstâncias que são por demais evidentes, e que forçosamente entrarão nas equações, a começar pela situação de Roger Schmidt, que passou, à velocidade da Luz, do estado de graça ao estado de desgraça. Será reversível? É difícil, mas já se viu pior, no Benfica, quando Jorge Jesus, depois de perder, em maio de 2013, Liga, Liga Europa e Taça de Portugal, atingiu o grau abaixo de zero de popularidade junto a sócios e adeptos, foi mantido, mesmo assim, em funções, por Luís Filipe Vieira, e venceu, nas duas épocas que se seguiram o título nacional, abrindo portas ao tetra.

É difícil de saber se Schmidt tem o mesmo jogo de cintura de JJ, que engoliu alguns sapos, a permanência de Óscar Cardozo o mais difícil de tragar. Apesar da proverbial teimosia de Jesus, Roger Schmidt parece superá-lo nesse departamento, o que torna a presente situação ainda mais volátil.
Mas há mais: qual era o principal atributo do Benfica de Schmidt na época passada, em que, com Enzo Fernández, chegou a atingir momentos de brilhantismo? O equilíbrio entre setores, que lhe permitia ser sufocante na pressão alta e elástico nas transições ofensivas. Com a saída de Grimaldo o poder atacante, pela esquerda, foi-se, e com a entrada de Di María, a capacidade defensiva, pela direita, baixou muito, tornando impossível, na prática, que a equipa pressionasse.

Antes de decidir se Schmidt fica ou sai, o Benfica precisa de voltar a equilibrar o plantel (e aqui as culpas não podem ficar todas nas costa do técnico alemão), colocando Kokçu e Aursnes, não a tapar buracos, mas nos seus lugares, definindo que tipo de nove quer, e resolvendo a questão do defesa-esquerdo, na certeza de que se não defenderem todos e atacarem todos, nunca irá a lado nenhum."

segunda-feira, 22 de abril de 2024

EXIBIÇÃO SÓLIDA



Exibição sólida dos encarnados no São Luís; Arthur Cabral deu excelente resposta no ataque; Kokçu foi número 10 e marcou.
As conclusões serão fáceis de tirar para qualquer treinador de bancada que se preze: jogar com um ponta de lança a sério é outra coisa. Agora, porque noutro dia, foram os primeiros dar a Arthur Cabral a alcunha de picanha e a desesperar por cada gesto menos elegante ou até mais tosco do brasileiro. Da mesma forma, aqueles que acharam que Ángel Di María deveria estar mais no banco do que pelo relvado dirão agora que o argentino tem de estar sempre em campo. Chama-se a isso futebol português.
O que Roger Schmidt encontrou, a partir de certa altura da época, embora sem os resultados mais desejados, foi uma solução de compromisso, um maior equilíbrio e conforto para os jogadores. Daí Florentino. E até Tengstedt nos últimos jogos, antes da sua rendição por Arthur Cabral, bem mais objetivo e proativo na relação com a baliza, em Faro. E, confiante, também talvez a melhor opção para já. Ontem, com Kokçu também presente como terceiro médio, em vez de um Rafa que explora sobretudo a transição ofensiva, os encarnados também se apresentaram mais envolventes com a bola nos pés.
Finalmente as dinâmicas
Os dois golos das águias na primeira parte foram separados por 18 minutos, aos 16’ e 34’, e têm dois protagonistas em comum: Di María e Bah. É Florentino quem, no primeiro momento, assina o excelente passe longo para o argentino, que segura a bola assim que vê o overlap do dinamarquês. O cruzamento depois cai en zona frontal, onde está Kokçu para finalizar com o pé esquerdo. No 1-2, a bola chega novamente a Di María. Desta vez, Bah move-se para o underlap, atacando o espaço entre lateral e central. Novo cruzamento rasteiro apanha na direção do primeiro poste a diagonal de Arthur Cabral, que desvia de calcanhar para um belo golo. Para quem se queixava que a equipa não apresentava dinâmicas coletivas não podia haver melhor resposta com duas jogadas semelhantes.
Belloumi a lembrar problemas
Di María é como um génio da lamparina, que cumpre sempre com três desejos. Bem escolhidos, um lucky bastard pode contar com algo a que não chegaria por si só, porém não esperem que resolva todos os problemas do mundo. Um destes continuam a estar nas bolas paradas defensivas, que deram o tento de honra aos algarvios. Belloumi, aos 23’, fuzilou Trubin, depois de a bola não ter sido afastada de perto da baliza encarnada.
Mais uma vez, os da Luz reagiram bem e, quando Arthur Cabral devolveu a vantagem, o perigo já tinha rondado a baliza de Ricardo Velho. Com o 1-2, os visitantes encontraram motivação para continuar a atacar e em dois grandes momentos, separados por apenas um minuto, aos 36’ e 37’, Di María começou por construir um slalom entre vários adversários com finalização em trivela para, logo depois, Cabral acertar no poste.
O segundo tempo trouxe um Benfica mais paciente, gerindo o relógio e a vantagem, ainda que escassa, no marcador.
O terceiro desejo
Mesmo a uma velocidade mais controlada, as águias foram somando oportunidades e, aos 67’, Di María realizou um terceiro desejo. Um passe longo para Carreras, que fletiu para dentro e bateu Velho com o pé direito. Num ou noutro momento, os algarvios também podiam ter marcado, contudo, a jogada que fica na retina é aquele pontapé de bicicleta de Cabral, puxado das entranhas e bem defendido pelo guardião algarvio.

NOJENTO!

 


AS GARRAFAS DE ÁGUA SÃO COMO AS CEREJAS

domingo, 21 de abril de 2024

FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL ASSEGURADA



 No dérbi da 2.ª mão da meia-final da prova-rainha, no Estádio Aurélio Pereira, o Benfica empatou com o Sporting (1-1), resultado que possibilitou garantir o objetivo traçado.

Objetivo alcançado! A equipa feminina de futebol do Benfica está na final da Taça de Portugal!
Depois de ter vencido o Sporting, na 1.ª mão da meia-final (1-0), as águias carimbaram o regresso ao Jamor, neste domingo, 21 de abril, no Estádio Aurélio Pereira. E, no jogo que poderá valer o 2.º troféu referente à prova-rainha do seu historial, o adversário será o Racing Power, que ultrapassou o Braga na outra semifinal.
Em Alcochete, o dérbi eterno começou dividido. Aos 6', um grande corte de Ana Seiça impediu que Fátima Dutra conseguisse rematar à baliza.
Confiantes, as tricampeãs nacionais obrigaram Hannah Seabert a reagir (9'). Após lance dividido entre Jéssica Silva e Fátima Dutra, que ficaram caídas no relvado, a bola sobrou para Anna Gasper que atirou à baliza. A guarda-redes leonina defendeu de forma incompleta.
Sporting-Benfica
Com o Sporting a tentar explorar a profundidade em saídas rápidas para o ataque, as águias responderam com o golo inaugural. Sensacional passe de Nycole Raysla a solicitar Jéssica Silva, que avançou em velocidade, sem que Alícia Correia conseguisse travá-la. Com Seabert pela frente, Jéssica Silva faturou, aos 14', e deixou as águias na frente.
"Glorioso, SLB", ouvia-se da bancada! Com facilidade de remate, Marie Alidou voltou a visar a baliza das verdes e brancas, de fora da área. Seabert defendeu (21'). Sem encontrar soluções para ultrapassar a estrutura defensiva encarnada, o Sporting sentiu dificuldades.
Aos 25', contrariedade para as Inspiradoras. Em trabalho defensivo, Jéssica Silva recuperou a bola, em duelo com Brittany Raphino, que acertou na internacional portuguesa, que saiu em lágrimas, de maca, aplaudida por todos os adeptos.
Sporting-Benfica
Filipa Patão lançou Catarina Amado, que ocupou funções na defesa, libertando Lúcia Alves para posições mais avançadas. Aos 31', lance polémico. Marie Alidou foi derrubada por Ana Borges na área de rigor, e após indicação do VAR, a árbitra Sílvia Domingos mandou seguir.
Em desvantagem, o Sporting tentou atacar mais. Aos 40', Diana Silva atirou ao lado, mas o Benfica nunca deixou de procurar ampliar. Aos 44', Marie Alidou, em excelente posição, não acertou bem na bola e o lance perdeu-se nas mãos de Seabert.
Do lado oposto, Lena Pauels fez a primeira intervenção digna de registo, aos 45'+4', negando a igualdade a Olivia Smith.
Sporting-Benfica
Ao intervalo, vantagem justa para as águias num dérbi cuja segunda metade teve um arranque frenético. Aos 48', Marie Alidou aproveitou um desentendimento entre Ana Borges e Brenda Pérez para ganhar a bola, e ver o seu remate travado com uma grande defesa de Hannah Seabert.
Logo a seguir, aos 49', Brittany Raphino serviu Olivia Smith, e a canadiana concluiu o contragolpe com o golo da igualdade.
De imediato, o Benfica esteve perto do 1-2, aos 53'. Com outra boa defesa, Seabert negou a intenção de Marie Alidou, mais uma vez. Depois, aos 60', Pauleta caiu na grande área leonina, em lance com Andrea Norheim. Nada foi assinalado.
nycole
O dérbi entrou numa toada morna, sem precipitações por parte das águias. Até que, num atraso de bola de Christy Ucheibe para Lena Pauels, aos 80', Brittany Raphino disputou o lance e num ressalto após alívio da guarda-redes encarnada, introduziu a bola na baliza do Benfica. Porém, após indicação do VAR, a juíza invalidou o golo, explicando que houve mão na bola da avançada verde e branca.
Até ao final, o resultado manteve-se e serviu a pretensão encarnada, que pode conquistar todas as provas nacionais em 2023/24. A final da Taça de Portugal está agendada para 18 de maio, no Estádio Nacional. O Benfica torna agora a entrar em campo, no sábado, 27 de abril. A contar para a 20.ª jornada da Liga BPI, as águias, líderes da prova, recebem o Länk Vilaverdense, no Benfica Campus (Campo n.º 1), às 11h00.




Sporting-Benfica
DECLARAÇÕES
Filipa Patão (treinadora do Benfica): "Foi um bom jogo, tínhamos uma vantagem de 1-0 e jogámos estrategicamente. Sabíamos que não tínhamos de expor-nos em pressões altas, mas conseguimos pressionar o Sporting. Tivemos mais oportunidades para marcar que o Sporting e isso demonstra a capacidade de defender bem e transitar bem, acima de tudo. Conseguimos fazer um golo e numa transição defensiva, após canto, em que defendemos muito mal, o Sporting fez o 1-1. Fomos compactas, muito competentes a defender e a lutar pela final da Taça, que conseguimos. Mentalmente focadas para a nossa obrigação de lutar por todos os troféus. Estamos em todas as frentes e vamos fazer de tudo para ganhar."
Andreia Faria (média do Benfica): "Foi um jogo equilibrado entre duas equipas que se conhecem muito bem e muito competentes. Tivemos de dar o nosso melhor para conseguir a passagem à final da Taça de Portugal. Estamos muito contentes e preparadas para as cinco finais que teremos pela frente. Ter a possibilidade de conquistar o pleno em Portugal é um orgulho para nós. É para isso que vamos trabalhar."
Sporting-Benfica
1-1
Estádio Aurélio Pereira
Onze do Benfica
Lena Pauels, Lúcia Alves, Carole Costa, Ana Seiça, Christy Ucheibe, Pauleta (Andreia Faria, 62'), Anna Gasper, Andreia Norton, Jéssica Silva (Catarina Amado, 30'), Marie Alidou e Nycole Raysla (Chandra Davidson, 69')
Suplentes
Rute Costa, Sílvia Rebelo, Laís Araújo, Catarina Amado (30'), Andreia Faria (62'), Andrea Falcón, Valéria Cantuário, Francisca Nazareth e Chandra Davidson (69')
Onze do Sporting
Hannah Seabert, Ana Borges, Andrea Norheim, Alícia Correia (Maísa Correia, 88'), Fátima Dutra, Joana Martins (Cláudia Neto, 75'), Brenda Pérez, Olivia Smith, Jacynta Gala (Ana Capeta, 69'), Diana Silva (Fátima Pinto, 69') e Brittany Raphino
Suplentes
Carolina Jóia, Bruna Lourenço, Mariana Rosa, Rita Fontemanha, Fátima Pinto (69'), Cláudia Neto (75'), Carolina Santiago, Maísa Correia (88') e Ana Capeta (69')
Ao intervalo 0-1
Golos
Benfica: Jéssica Silva (14'); Sporting: Olivia Smith (49')

PRESENÇA GARANTIDA NA FINAL!



 O Benfica venceu o GDESSA no Pavilhão Fidelidade, por 73-63, no jogo 3 das meias-finais do play-off da Liga Betclic feminina, assegurando lugar na final da competição, frente ao Sportiva.

O Benfica sabia que para manter objetivos intactos tinha de ganhar o jogo 3 do play-off da Liga Betclic feminina e foi o que fez na tarde deste domingo, 21 de abril. Na partida que decidia quem ia à final do campeonato nacional, as águias impuseram-se ao GDESSA, por 73-63.
A missão estava definida e o plano do Benfica no jogo deste domingo, no Pavilhão Fidelidade, foi cumprido com mérito, suor e abnegação por parte da equipa encarnada. O triunfo, por 73-63, no jogo 3 das meias-finais do play-off da Liga Betclic feminina de basquetebol garantiu um lugar, pela 4.ª época consecutiva, na final do campeonato nacional.
Com a presença do Presidente Rui Costa nas bancadas do Pavilhão Fidelidade e um público entusiasta que ajudou, e muito, a equipa liderada por Eugénio Rodrigues, o Benfica entrou determinado em ganhar avanço cedo. E foi isso que aconteceu. Os primeiros pontos caíram para a formação encarnada, graças a um triplo de Keilanei Cooper, ao qual se seguiram mais quatro pontos, assinados por Isabela Quevedo e Raphaella Monteiro.
A perder por 7-0, o GDESSA pediu um time out para tentar corrigir uma entrada completamente em falso. Sempre a dominar e bem por cima das adversárias, o Benfica terminou o 1.º quarto com larga vantagem sobre a formação do Barreiro: 26-15.
Benfica-GDESSA
No 2.º quarto, o Gdessa surgiu mais agressivo e, acima de tudo, com melhor eficácia nos lançamentos. Com o resultado em 30-23, Eugénio Rodrigues pediu time out para retificar a estratégia da equipa. Mesmo assim, as visitantes continuavam a dar mostras de reação e mantiveram a tendência de aproximação no marcador, chegando aos 30-27.
No entanto, revelando fibra de campeãs, as águias voltaram a pisar no acelerador, chegando ao intervalo com 11 pontos à maior, num expressivo 41-32. Keilanei Cooper (14 pontos) e Isabela Quevedo (12) lideravam o top das melhores atiradoras da partida, com Raphaella Monteiro como rainha dos ressaltos (6).
Já no 3.º período, impulsionado pelos adeptos encarnados no Fidelidade, o Benfica voltou a expressar o seu melhor basquetebol e, com isso, a disparar no resultado, cavando até uma vantagem de 14 pontos (a maior diferença em toda a partida, onde as águias nunca se deixaram ultrapassar no marcador) com cinco minutos por jogar nessa parcela da partida. O parcial terminaria num 53-45 para o Benfica.
A tendência do 4.º e decisivo período veio confirmar as indicações do final do anterior, com o GDESSA em nova aproximação. A pouco mais de quatro minutos do final, apenas dois pontos separavam as equipas (58-56). Então, Marta Martins acertou um triplo e um lançamento livre. A jogada foi contestada pelo treinador barreirense, André Martins, mas a equipa de arbitragem, após rever o lance, validou.
Benfica-GDESSA
As águias voltavam a ter seis pontos sobre as rivais. Daí em diante, o Benfica continuou a controlar a marcha do resultado, garantindo o triunfo, por 73-63, e uma vaga na final da Liga Betclic feminina, pela 4.ª vez consecutiva. Nas bancadas e fora delas, terminada a partida, soltou-se a alegria por um triunfo merecido e muito suado.
Keilanei Cooper foi a melhor marcadora do jogo, com 20 pontos.
As águias vão discutir o título de campeãs com o União Sportiva que, na outra meia-final, superou o Esgueira, vencendo por duas partidas a uma.
Benfica-GDESSA
73-63
Pavilhão Fidelidade
Cinco inicial do Benfica
Keilanei Cooper, Sara Iparragirre, Raphaella Monteiro, Isabela Quevedo e Letícia Soares
Suplentes
Marta Martins, Diana Baptista, Marcy Gonçalves, Artemis Afonso, Madalena Marques e Carolina Cruz
Cinco inicial do GDESSA
Maianca Umabano, Milica Ivanovic, Joana Lopes, Krystal Freman e Magdalena Szajtauer
Suplentes
Catarina Neves, Beatriz Conde, Milena Sucacuexe, Márcia Robalo, Emília Ferreira, Marta Junho e Letícia Cruz
1.º quarto 2.º quarto 3.º quarto 4.º quarto
26-15 41-32 53-45 73-63
Pontuadoras do Benfica
Keilanei Cooper (20), Isabela Quevedo (19), Raphaella Monteiro (17), Lara Martins (7), Artemis Afonso (6) e Letícia Soares (4)

NINGUÉM ACIMA DO BENFICA

A ÉPOCA ACABOU!



 "Acaba o jogo de Marselha e a sensação é bem pior do que ser estranha… sentimos um misto de revolta por perdermos uma eliminatória com uma equipa acessível e uma enorme desilusão pela (muito) fraca qualidade exibicional que foi padrão nesta época. Não há como contornar a realidade: a época acabou, até porque a 5 jornadas do fim seria inadmissível perder a vantagem de 11 pontos sobre o FC Porto, e a Supertaça foi a única conquista, à laia de consolação!

Claro que faltam uns joguitos a serem disputados com a alegria própria de quem nada ganhou e tudo desperdiçou, desde a Taça da Liga em que perdemos aos penalties com o voluntarioso Estoril (!) até ontem, com idêntica derrota perante um acessível Marselha, passando pelo Campeonato que começou com uma derrota contra o Boavista quando ganhávamos 2-1 aos 89´. Não me esqueci da Taça, mas perder com o Sporting em jogos de tripla e talvez com as melhores exibições da época, não me parece que tenha sido por aí o problema.
O problema é de fundo, dado que fizemos a época com carências qualitativas no plantel em posições-chave, obrigando a sistemáticas adaptações a quebrar rotinas. Aquilo que era visível em agosto, continuou mais do que evidente até janeiro e mesmo assim, não conseguimos acertar nas aquisições. O dinheiro jorrou para adquirir, mas a relação qualidade-preço deixou sempre imenso a desejar.
Aqui surge uma das questões que a atual Administração da SAD terá de explicar: qual a razão pela qual o mercado nacional, com inúmeros valores sempre a despontar, tem sido preterido? É que nem precisam de inventar muito, bastando olhar para o sucesso das aquisições dos nossos rivais. Fazer figura de rico quando a prazo se tem de prestar contas, tem custos altamente gravosos e a fatura aí está à vista, como as Contas a 30 de junho irão demonstrar.
Mas há mais: o scouting internacional também tem de ser questionado. As compras feitas nos últimos tempos até poderão ser apostas a prazo, mas será que poderemos comprar tantos "futuros", hipotecando o presente, como se o dinheiro não fosse um bem escasso? A resposta para mim parece clara: do estrangeiro deveriam vir apenas aqueles que constituíssem inequívocas mais-valias a "pegar de estaca", concedendo eu que um ou outro fosse aposta de futuro. A realidade que vemos com a época a acabar é que predominaram "os tiros na água" e isso tem um nome: incompetência!
Já lá chegarei ao treinador, porque a estrutura de futebol tem de ser obviamente questionada. Sei que é fácil diagnosticar ou criticar, construir é muito mais difícil. Mas o adepto como eu, sentado na bancada também tem olhos para ver e o que vemos são resultados de políticas desportivas. Se ganhamos, são de sucesso, se perdemos como foi regra este ano, sempre de fracasso. Bramar não adianta, aprender com os erros deveria ser regra e teremos de perceber se alguém aprendeu alguma coisa com esta época desastrada, até porque o 2º lugar no Campeonato é o 1º dos últimos. Apura para o play-off da Champions? Verdade, mas caramba, com o nível de custos bem acima de qualquer rival, sem contrapartidas qualitativas exibicionais, temos de ter níveis de exigência bem superiores.
Chegamos então ao treinador Schmidt, homem trabalhador, alemão fanático do planeamento em solo português e que durante meses apoiei, mesmo contra a opinião quase unânime de todos aqueles com quem privo nestas coisas do futebol. Um sucesso na primeira metade da época passada, com altos níveis de rendimento e qualidade exibicional, que sofre duro revés em janeiro de 2023, ao perder muito mais do que um Enzo - perdeu quem lhe dava discernimento acelerativo na equipa. Mesmo assim, ganhou o campeonato e esta época, embalados pelo triunfo no campeonato do ano anterior, todos sonhávamos com sucessos desportivos dadas as onerosas aquisições efetuadas.
Infelizmente, não foi nada assim. A equipa raramente convenceu, cimentada em pedras inamovíveis qualquer que fosse o rendimento, parecendo que durante os jogos o treinador rivalizava com esses cansados jogadores na perda de discernimento. Se o banco "bloqueia" na tomada de decisões, que dizer do reflexo nos comandados dentro de campo que, por muito que lutassem, sentiam-se impotentes para suprir o que para todos (exceto Schmidt) era evidente?
As contas têm sempre de se fazer no final e, a não ser que algo de muito extraordinário aconteça, o balanço de quatro meias-épocas parece inequívoco: 3/4 de desilusões exibicionais, incompatíveis com a valia do plantel, pese as falhas reconhecidas em algumas posições. Há um contrato renovado há um ano, como resultado do entusiasmo inexperiente dos dirigentes, mas também há demasiada saturação nos adeptos que deixaram de acreditar neste treinador, como sendo capaz de virar positivamente esta página. A decisão a tomar neste final de época parece óbvia…
Com tantas estórias, torna-se inquestionável que a Administração da SAD terá muito que refletir, porque é impossível passar incólume a tanto ruído. As próximas eleições vêm ainda longe, mas urge inverter caminho. Temos um Presidente (Rui Costa) que tem um predicado inigualável no nosso Clube/SAD, ou seja, a nada despicienda vantagem de conhecer o futebol como poucos, dado ter sido jogador de elite a nível mundial.
Também por isto, obviamente jamais se imiscuindo no trabalho do treinador, fica incompreensível que não tenha suprido com os seus conhecimentos quaisquer eventuais lacunas. Por outras palavras, se por absurdo o treinador lhe diz que não falta um jogador para certa posição e se torna por demais evidente que falta mesmo, qualquer não-atuação torna-o superiormente responsável, por inerência de funções.
A hierarquia tem de funcionar, respondendo qualquer treinador perante o Presidente que deve exercer a liderança que no Clube/SAD os acionistas lhe conferiram. Sendo o Benfica o acionista maioritário, os Sócios elegeram Rui Costa para liderar, jamais podendo perpassar a ideia de que a Administração se deixa condicionar pelo treinador. Quando Schmidt no final do jogo de Marselha diz que "nada tem de justificar", no mínimo, está redondamente enganado – tem e muito, perante a hierarquia a quem responde: Administração e acionistas e alguém terá de lho dizer frontalmente.
O futuro começou em Marselha imediatamente a seguir à consumação da derrota por penalties e depende da capacidade da Administração liderada por Rui Costa, que tem uma oportunidade única de demonstrar ser o líder que o Benfica precisa e ele anseia. Veremos os próximos tempos."

sábado, 20 de abril de 2024

SEBASTIANISMO E OPORTUNISMO NO BENFICA.

 


"1- Estrutura para o sucesso: Rui Costa ofereceu a Roger Schmidt todas as condições necessárias para o sucesso. Construiu um plantel de qualidade indiscutível, amplamente reconhecido como o melhor da Liga por praticamente todos os analistas, e, nos momentos críticos, reiterou o apoio ao treinador!
2- Investimento: O Benfica fez um investimento significativo no atual plantel, demonstrando um compromisso sério com o sucesso desportivo. Fez isso de forma consciente, sem precisar de vender os anéis e os dedos, como o FC Porto, ou recorrer a perdões bancários, como o Sporting. O histórico do clube em valorizar jogadores mostra que este investimento irá, sem dúvida, trazer retornos avultados no futuro.
3- Lições a extrair: Observemos o exemplo do Sporting e de Frederico Varandas. No início, muitos criticavam-no e exigiam a sua demissão, mas agora estão a colher os frutos da estabilidade na liderança. Não podemos repetir os mesmos erros e exigir mudanças radicais a cada contratempo. Se o Benfica conquistar o próximo campeonato, será o segundo num mandato de quatro anos de Rui Costa. Um balanço claramente positivo, ao qual se somam os quartos de final alcançados nas competições europeias em todos os anos da sua presidência.
4- Exigência versus estupidez: É frequente confundir-se exigência com estupidez. Em momentos difíceis, alguns adeptos do Benfica tornam-se prejudiciais - até nocivos - ao próprio clube. Por isso, quando caímos, caímos com estrondo, enquanto outros, apelando à união contra adversidades, conseguem manter-se firmes. Não devemos misturar exigência com burrice e insensatez. Devemos agir com ponderação, sobretudo nas bancadas do estádio e pavilhões. Devemos exigir resultados, mas ao mesmo tempo promover uma cultura de apoio. Só assim se alcançam grandes feitos.
5- Oportunismo parasitário: É verdadeiramente triste e lamentável ver alguns pseudo-benfiquistas a tirarem proveito da desilusão e frustração dos adeptos após uma época aquém do esperado para promoverem os seus interesses pessoais, como se fossem os Dom Sebastiões do Benfiquismo. Atitudes lamentáveis que só prejudicam o clube e que iremos sempre condenar e denunciar. O Benfica necessita de união e solidariedade, não de divisão e oportunismo.
Não contem connosco para essa campanha suja."

DI MARIA= RED PASS RELVADO

 


"Foi assim a temporada toda, certo, teve momentos de brilhantismo, marcou golos decisivos, fez assistências. Não nego nada disso, é estatística, os números estão lá…
Tais como estão os minutos de jogo…mais do que na maioria das temporadas da sua já longa carreira.
Péssima gestão do ativo desde que fez birra no Bessa ao ser substituído.
Hoje desde o minuto 70 que era um a menos a juntar ao facto de ele e toda a frente de ataque terem sido uma nulidade a partida toda.
Ou seja…o reforço que mais cativou os adeptos foi para mim um dos grandes problemas da temporada…como lidar e encaixar um elemento que já não é jovem, que tem peso no balneário, mas que joga numa posição de enorme desgaste…não sendo Messi que joga mais ao meio e que sempre fez do jogar a passo uma arma…Di Maria na ala sempre foi um jogador de desgaste… que não se coíbe de ir para cima, de tentar o que mais ninguém tenta…mas merecia uma gestão física adequada…hoje senti que não o tirar ia dar no que deu…130 minutos à espera da bola no poste no penálti…tá certo…
Péssima gestão de Schmidt, de depois de ver as alternativas quer a Rafa, Di Maria e Neres terem dado boa resposta no fim-de-semana teimou em não lhes dar minutos hoje, meter um PL de referência e deixar de armar jogo para o mesmo…insistir na mesma circulação de bola…jogo após jogo, sem ideias sem rasgo…enfim…
Tem mais 5 jogos, que os aproveite para sentar quem de direito preparando já a próxima temporada.
Rafa e Di Maria banco, Aursnes de regresso ao seu lugar e Carreras na esquerda, Kokcu, Rolheiser e Gouveia lá para dentro e ponto final, faz uma mini-pré temporada, aproveite para dar minutos a jovens da formação e pronto.
Mas não quero que saia…se chegássemos as meias-finais parecia 2010/11 a papel químico…por isso é bom que o Roger arrepie caminho…porque a Supertaça não chega e o Benfica precisa de ampliar o museu!"